Certa vez, Bonnybrook, uma das estações de tratamento de esgoto de Calgary, na província de Alberta, uma cidade que há seis meses atingiu a marca de um milhão de habitantes e já é a quarta maior do Canadá. Toda sua água vem de glaciares das Montanhas Rochosas Canadenses que, ao derreterem, se transformam em rios, como o Bow e o Elbow, ambos cortando a cidade. O aquecimento global já dá mostras de seus efeitos por aqui, diminuindo o tamanho desses glaciares e, conseqüentemente, a fonte de água da população.
A água, apesar de bastante clorada, é potável e podemos beber direto da torneira. Infelizmente, ainda se usa a mesma água potável para as privadas, mas até a prefeitura incentiva a troca da descarga ou de toda a privada para uma mais econômica, dando 50 dólares canadenses na troca. Essa descarga, chamada de ‘dual flush’, possibilita o uso com duas quantidades diferentes de água, uma para sólidos e outra para líquidos.
No verão, apesar de estarmos em uma região extremamente seca, chove o suficiente para ser possível usar apenas a água da chuva para regar os jardins, mas nem todos sabem ou fazem isso. A Clean Calgary Association, tem um extensivo programa de recuperação e venda de barris industriais de plástico que, adaptados, servem para a captação da água da chuva através de calhas nos telhados das casas. A razão maior para isso é o absurdo aumento no consumo de água durante o verão só por causa dos jardins.
A prefeitura opera dois centros de tratamentos de água do esgoto da cidade, sendo que Bonnybrook é o maior deles e existe desde 1932, tendo passado por quatro reformas, a última em 1994. Foi ali que, seguindo o curso da água das casas pelo tratamento até ser despejada de novo no rio Bow, tão limpa quanto quando entrou em nossas casas. O sistema é tão eficiente que recebeu a nota A+, a melhor – e única! – de todo o país.
Em 2002, Bonnybrook serviu uma população de 750 mil habitantes e tratou 370 mil m3/d de esgoto por dia. O curso do esgoto começa pela separação do lixo jogado no sistema, como latas, papéis, absorventes, camisinhas e tudo o mais que se possa imaginar. Seis máquinas fazem a separação, direcionando o esgoto para quatro câmaras aeradas onde é injetado ar comprimido, produzindo um movimento em espiral que faz com que os sólidos ainda presentes no esgoto fiquem suspensos e os inorgânicos mais pesados como areia, pedras etc., fiquem no fundo. O resultado sólido desses dois primeiros processos é enviado para o aterro sanitário – é lixo da mais pura qualidade -- que, aliás, nem deveria estar ali, se cidadãos conscientes jogassem o lixo no lixo........(continuação na proxíma postagem.)
NOMES: Gilmar, Gustavo, Gabriel C. e Lucas C. TURMA: 82
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